O Escorpião é a constelação mais espetacular no céu, especialmente quando vista no horizonte sul a uma latitude abaixo de 43° N. Sua forma diferenciada, como se estivesse com a cauda levantada pronta para atacar; Antares, a estrela vermelha; e sua localização próxima à Via Láctea são características que tornam a constelação uma das mais especiais. Na Antiguidade era ainda maior, pois as estrelas mais brilhantes de Libra pertenciam ao Escorpião formando as garras do aracnídeo.
Na mitologia grega, os mitos associados a Escorpião quase invariavelmente contêm uma referência a Órion. Na verdade, o Escorpião matou Órion, saindo de uma fenda no chão e picando o pé do desavisado guerreiro. Zeus os colocou em extremos opostos do firmamento, de forma que quando um sobe no céu, o outro desce. Assim, eles nunca mais se encontrarão.
A constelação do Escorpião é rica em objetos interessantes. A pouco mais de 1° a oeste de Antares está M4, o aglomerado globular mais próximo do Sistema Solar (a aproximadamente 6.000 anos-luz de nós). Sua posição permitiu ao astrônomo francês Charles Messier identificar estrelas individuais com um modesto telescópio. Foi o quarto item de lista de objetos que catalogou. Dentro desse aglomerado foi descoberto um planeta apelidado de Matusalém por sua venerável idade de 13 bilhões de anos.
M6 é um aglomerado aberto que pode ser encontrado logo acima da ponta da cauda. É chamado de Aglomerado da Borboleta. De fato, com um bom par de binóculos podemos imaginar a forma de uma pequena borboleta com suas antenas, asas e abdômen. Fica a cerca de 2.000 anos-luz de nós.
NGC 6302 é chamada de Nebulosa da Borboleta está localizada a oeste da ponta da cauda. É uma nebulosa planetária. A fotografia tirada dessa nebulosa pelo Telescópio Espacial Hubble é espetacular. Sua estrela central é uma das mais quentes que conhecemos, com uma temperatura na superfície de cerca de 200.000° C! Ela está localizada a 3.400 anos-luz de nós e tem um diâmetro de três anos-luz.